sexta-feira, janeiro 25, 2008
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Lá fora os pássaros pensam, voando intermitentes, ter chegado a primavera.
Madrugam, cantando nas suas vozes de pássaros em onomatopeias poéticas;
Cantam as fêmeas em piar baixinho ao investigar seu ninho,
Cantam os machos em odes esteticas de vaidade.
Lá fora há pássaros que, voando intermitentes,
Desenham o cerco do seu habitat
O seu lugar-casa onde vivem a sua vida.
No pequeno jardim-mundo também se sonha em migração
Sonham os pequenos ainda antes de chocar,
sonham os adultos que duvidam por vezes -
"Será este o meu lugar?"- casa de todos
Os pássaros livres onde se alcança a efémera faísca da vida.
Lá, fora das gaiolas que os relegam ao hades
Os pássaros vivem no paraíso,
No seu estender de asas precipitando-se sobre o abismo
Diário
Milenar
Eles podem voar
Mas para certos pássaros o paraíso é lugar-comum
quarta-feira, janeiro 09, 2008
À beir a mar
À beira mar dois passos seguiam ritmados
pelo vento que lhes dava o suficiente
À beira mar os dois passos molhados deixaram passados
que também foram eles
Os passos passados não são tão molhados como os do presente,
mas moldar o passado não é coisa de passos, é coisa de gente
Os passos seguiram molhados, o vento cessou
Um passo avançou. O outro estagnou
ao ver os passos desencontrados que a maré apagou